Bijupirá: O Peixe Marinho Que Revoluciona a Aquicultura no Brasil
Introdução ao Bijupirá
O bijupirá, conhecido internacionalmente como cobia (Rachycentron canadum), é um peixe marinho que está ganhando destaque na aquicultura brasileira. Habitante tanto das áreas costeiras quanto do alto-mar, este peixe apresenta características que o tornam uma excelente opção para a criação em cativeiro. Com uma carne branca, firme e sabor suave, o bijupirá tem se consolidado como uma alternativa rentável para pequenos e grandes empreendedores da costa brasileira.
Características do Bijupirá
O bijupirá é facilmente reconhecível por seu corpo alongado e cabeça grande e achatada. Pode atingir até 2 metros de comprimento, embora a maioria dos exemplares alcance cerca de 1 metro. Seu dorso é marrom-escuro com faixas prateadas laterais, e sua carne é altamente valorizada por sua textura elástica e sabor suave.
Benefícios da Criação de Bijupirá
A criação do bijupirá oferece diversas vantagens para os aquicultores. Entre as principais estão:
- Alta Produtividade: O bijupirá tem uma produtividade quatro vezes maior que a do salmão, podendo alcançar 6 quilos em um ano e até 15 quilos em dois anos.
- Resistência e Crescimento Rápido: Este peixe é conhecido por sua resistência e capacidade de crescer rapidamente em cativeiro, tornando-o uma excelente opção para aquicultura.
- Baixo Teor Calórico: A carne do bijupirá é uma fonte de proteína magra, ideal para quem busca uma alimentação saudável.
- Baixa Complexidade na Alimentação: O bijupirá aceita bem rações extrusadas e pode complementar sua dieta com sobras de outros peixes.
Desafios e Soluções na Produção de Bijupirá
Apesar de suas vantagens, a produção de bijupirá ainda enfrenta desafios. A desova das fêmeas e a larvicultura são fases complexas que, atualmente, são mais bem desenvolvidas em laboratório. Para superar esses desafios, a Fundação São Vicente, por meio do Laboratório Nacional de Aqüicultura Marinha (Lanam), está investindo pesadamente na tecnologia de reprodução do bijupirá. Com um investimento inicial de R$ 30 milhões e um orçamento total de R$ 500 milhões, o Lanam visa produzir 1,5 milhão de alevinos por ano, resolvendo o gargalo do fornecimento de alevinos.
Impacto Ambiental e Sustentabilidade
A produção de bijupirá é considerada de baixo impacto ambiental. A criação em cativeiro reduz a pressão sobre as populações selvagens e não utiliza antibióticos, minimizando os riscos de transferência de doenças entre as populações de peixes. Além disso, a quantidade de peixe capturado do mar para a produção de ração é menor do que a produção de bijupirá em cativeiro.
O Mercado e o Futuro do Bijupirá
Com o aumento do interesse do consumidor por alimentos saudáveis e a crescente demanda por carnes magras, o bijupirá tem um grande potencial no mercado. A expectativa é que, com o avanço das tecnologias e a expansão da produção, o bijupirá se torne uma opção ainda mais acessível e popular tanto no Brasil quanto no exterior.